ESG nos eventos

Resenha: Livro ESG nos Eventos

O livro ESG nos Eventos reúne uma ampla gama de perspectivas, experiências e propostas de especialistas, abordando como os princípios de ESG (Ambiental, Social e Governança) podem ser incorporados no planejamento e na execução de eventos. A obra é estruturada em capítulos que destacam diferentes aspectos, desde o desenvolvimento histórico do conceito de ESG até exemplos práticos de sua aplicação.

Principais Destaques

1. Evolução Histórica e Contexto (Alexis Pagliarini)
   O livro começa com uma análise histórica detalhada que traça a evolução do capitalismo e como conceitos como sustentabilidade e ESG emergiram como respostas às práticas predatórias e desiguais do passado. Movimentos globais e marcos, como o Relatório Brundtland e a Rio-92, são apresentados como influências cruciais na construção de um paradigma mais consciente e responsável.

2. Sustentabilidade na Cadeia de Valor (Daiane Lima)
   A autora aborda como os eventos são representações da sociedade e de seus desafios, destacando a importância de implementar práticas ESG não apenas como tendência, mas como uma necessidade estrutural. Lima critica práticas superficiais de sustentabilidade (greenwashing) e propõe ações concretas e rastreáveis para uma mudança real.

3. Alimentação Sustentável (Antonietta Varlese)
   Varlese explora o impacto da alimentação plant-based no contexto ESG, conectando escolhas alimentares a questões ambientais e sociais. O capítulo destaca o crescimento global do mercado plant-based como uma solução sustentável para os desafios da indústria de alimentos e mudanças climáticas.

4. Norma ISO 20121 (Daniel Costa)
   Este capítulo detalha como a norma ISO 20121 pode ser um guia prático para incorporar sustentabilidade nos eventos. A obra enfatiza a importância do planejamento estratégico, liderança comprometida e melhoria contínua, mostrando como a norma oferece um framework para eventos de todos os tamanhos.

5. Impacto Regional e Governança (Gabriela Baumgart)
   Baumgart apresenta um estudo de caso sobre o Expo Center Norte, mostrando como eventos podem impulsionar o desenvolvimento econômico e social de uma região. O capítulo ressalta o papel da governança eficiente na criação de um modelo sustentável e inovador para a indústria de eventos.

6. Transformação Cultural e Liderança (Ronaldo Ferreira Júnior)
   Ferreira Júnior explora a relação entre cultura corporativa e ESG, destacando como a transformação começa com a mudança de mentalidade dos líderes e colaboradores. Ele propõe estratégias para alinhar valores organizacionais às práticas ESG, promovendo uma integração mais eficiente.

7. Turismo Sustentável (Maria Fernanda)
   Este capítulo aborda o ecoturismo como uma ferramenta poderosa para mitigar impactos ambientais e promover desenvolvimento sustentável. Fernanda compartilha exemplos práticos de iniciativas no Brasil, incluindo o uso de biodigestores e ações de conservação ambiental, que combinam preservação com geração de renda.

8. Sustentabilidade é Responsabilidade de Todos (Juliana Patti)

Neste capítulo, Juliana Patti relata a jornada de implementação de práticas sustentáveis em eventos corporativos, destacando a integração de pilares ESG (Ambiental, Social e Governança). A autora descreve como a pandemia impulsionou seu time a adotar estratégias mais sustentáveis, desde a conscientização de equipes até a criação de um checklist global para guiar ações em eventos.

Patti utiliza exemplos práticos, como reduzir materiais impressos, priorizar tecnologia e promover diversidade na seleção de palestrantes. Ela enfatiza o uso de métricas e gamificação para engajar colaboradores globalmente, como desafios interativos no estilo TikTok para estimular comportamentos sustentáveis.

9. Princípios da Sustentabilidade e ESG (Lívio Giosa)

Lívio Giosa aborda o impacto dos princípios ESG em eventos indoor e outdoor, explorando a evolução histórica e os desafios ambientais atuais. Ele utiliza uma narrativa reflexiva para destacar a urgência de adotar práticas sustentáveis, traçando uma linha do tempo desde a ECO-92 até os mais recentes debates sobre mudanças climáticas.

O capítulo enfatiza a importância de transitar para uma economia de baixo carbono e a aplicação do conceito de "triple bottom line" (sustentabilidade econômica, social e ambiental). Giosa sugere que mudanças culturais e empresariais só serão possíveis com atitude individual e coletiva, reforçando que a conscientização deve ser a base para reverter os impactos climáticos.

10. A Responsabilidade Social como Pilar do ESG (Paulo Perrotti)

Paulo Perrotti explora o "S" do ESG, destacando como a responsabilidade social se aplica à gestão de eventos. Ele alerta sobre os riscos reputacionais e legais decorrentes da escolha inadequada de fornecedores e práticas desumanas. A partir de casos reais, Perrotti ilustra as consequências de negligenciar o bem-estar dos trabalhadores.

Além disso, o autor propõe diretrizes práticas para implementar a responsabilidade social em eventos, como assegurar trabalho digno, combater a discriminação, e investir na saúde e segurança dos colaboradores. O capítulo conclui com a importância de alinhar práticas corporativas às diretrizes internacionais, como os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, para criar eventos verdadeiramente sustentáveis.

Análise Geral

O livro ESG nos Eventos vai além de uma visão teórica, oferecendo insights práticos e estudos de caso que inspiram profissionais do setor de eventos a adotarem práticas sustentáveis. A diversidade de vozes enriquece a obra, apresentando desde reflexões conceituais até guias práticos e exemplos aplicados.

Recomendação

Esta obra é essencial para profissionais do setor de eventos, gestores de sustentabilidade e todos os interessados em alinhar práticas corporativas aos desafios globais de responsabilidade ambiental e social. ESG nos Eventos não apenas educa, mas inspira ação, mostrando que a sustentabilidade é uma jornada colaborativa e contínua. Combinando teoria, prática e exemplos reais, eles reforçam a ideia de que a sustentabilidade é uma responsabilidade compartilhada e essencial para o futuro da indústria.